Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

domingo, 21 de julho de 2013

Desencanto



Desencanto

Ah desencanto!
Que me arranca os devaneios,
Abortando meus anseios.
Mostrando a incerteza,
Do encanto da natureza.
Levando-me a padecer.

Ah desencanto!
Que me arranca a ambição,
Expondo minha ilusão.
Extraindo minha ingenuidade,
Perante a cruel realidade.
Levando-me a perecer.

Ah desencanto!
Que me arranca a alegria,
Perpetrando-me fria.
Ao assistir o fim da caridade,
Sem animo nem curiosidade.
Levando-me a fenecer.

Ah desencanto!
Que me arranca a emoção,
Faz estéril meu coração.
Impedindo de ver a esperança,
Até mesmo nas crianças.
Levando-me a Falecer.

Ah desencanto!
Que me arranca a poesia,
Perante a bondade,
Revela minha mesquinharia,
Sem dó nem piedade.
Escancara minha covardia,
Encharcada pelo egoísmo
Da Mediocridade.
Levando-me a morrer.


(Adriana Gonzaga)

Inspirado na Obra “OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER”, DE GOETHE. 



domingo, 28 de abril de 2013

Sou


Sou



Não quero apenas estudar,
Quero também ser estudada.
Não quero apenas enxergar,
Quero também ser enxergada.
Não quero apenas ouvir,
Quero também ser ouvida.
Não quero apenas ser criada,
Quero o direito de  criar.
Não quero apenas ser pensada,
Quero o direito de pensar.
Não quero apenas, citar fulano,
Beltrano ou sicrano,
Tenho algo próprio a falar.
Mesmo sabendo que tudo,
Já foi dito.
Vou mostrar que existo
E ninguém vai me calar.
  
(Adryana Gonzaga)

quarta-feira, 13 de março de 2013

Ego



Ego



De que vale a tecnologia,
Navegar na internet?
Se a ilha da miséria,
Inavegável isolada permanece.

De que vale tanta informação?
Se não faz a diferença,
Nem percebe seu irmão,
Invisível  de presença.

De que vale a atualidade?
Se és retrógrado,
Cultiva a impunidade,
Do cativeiro ignorado.

De que vale a democracia?
Se és ditador
Não ensina a cidadania,
E sim dita à inércia do pensador.

De que vale o cientifico?
Se não és autêntico.
Não importa o talento,
Se és egocêntrico.

De que vale o conteúdo?
Se não se sabe ser.
Para que serve certificado,
Se não se sabe fazer.

De que vale o conhecimento?
Se és cego e covarde,
Diante aos acontecimentos,
Pervertestes da desigualdade.

Mais vale um analfabeto funcional,
Que faz acontecer.
Do que um letrado que não funciona,
Passivo assiste, a injustiça prevalecer.

(Adriana Gonzaga)
  

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Refúgio



Refúgio


Quem bate à porta?
Por favor! Não me aporrinha,
Fingindo que se importa,
Com minha vidinha.

Estou em meu mundinho,
É pequeno, mas é meu,
Aqui é  meu ninho,
Aqui sou eu.

Protegida me sinto,
Estou em segurança,
Em meu recinto,
Em minha estância.

Aqui é meu refúgio,
Minha zona de conforto,
Meu esconderijo,
Meu seguro porto.

Fico alheia em meu abrigo,
Não importa o comodismo,
Careço estar comigo,
Desculpe o egoísmo.

Não perturbe meu espaço,
Domínio que me leva a viajar,
Em ruína e palácio,
E neles posso reinar.

(Adriana Gonzaga) 

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Mulher



Mulher



Mulher tu és!
A doçura que eleva,
A alma desencantada.
A genitora da vida,
Pela poesia és venerada.

Tu es!
A jóia rara em essência,
Não precisa ser lapidada.
A esfinge misteriosa,
Que nunca será desvendada.

Tu  es!
Cabeça que pensa,
Toda articulada,
Olho que fala, e boca que diz
Palavra, sem ser pronunciada.

Tu!
Não carece de carga,
Muito menos ser julgada,
Não es apenas uma bunda, que caga,
Nem tão pouco, partes recortada.
  
(Adryana Gonzaga)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Loucura


Loucura

Fujo do banal,
Para não ser ordinário,
Um ser igual,
De ato corriqueiro.
Me esquivo do vulgar,
Do barato, do trivial,
No desejo de díspar.
Rejeito o comum, o prosaico usual,
Prefiro a loucura ao normal.
E Nesta mania de disparidade,
Não percebo a alienação,
Recheada de psicose e insanidade,
Chegando ao delírio da alucinação,
Com psicopatia neurótica,
Atinjo a esquizofrenia, entro em piração!
Lunático! Não alcanço o arremate,
Em que todos são distintos e parecidos.
E na busca de ser, o gênio brilhante,
O esdrúxulo atrevido,
O extravagante sábio,
O exemplo seguido,
O esquisito Incrível,
O estranho inusitado,
O exclusivo imprevisível,
O exceto imprescindível,
O Executivo necessário,
O excelso insuperável,
O extraordinário único,
O especial avançado,
O excêntrico notável,
O excelente louco,
O Exaltado valente,
O excepcional, típico
Exótico “diferente.”
Fico estático,
Idealizo o êxito,
Ignoro a paranóia,
Naufrago no êxtase,
E lúcido em ser inteligente,
Não Passo de um tolo demente.

(Adriana Gonzaga)


domingo, 13 de janeiro de 2013

Oferta



Vai poeta garimpar!
Palavras ricas
De raro sentido,
Para seu poema adornar.

Vai ao infinito entranhar!
Buscar tesouro,
Mais precioso que ouro,
De beleza singular.

Vai á busca sem cessar!
Com sutileza e humildade
Do criador da humanidade,
Ofertando para outrem lapidar.

(Adriana Gonzaga )
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...