Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Refúgio



Refúgio


Quem bate à porta?
Por favor! Não me aporrinha,
Fingindo que se importa,
Com minha vidinha.

Estou em meu mundinho,
É pequeno, mas é meu,
Aqui é  meu ninho,
Aqui sou eu.

Protegida me sinto,
Estou em segurança,
Em meu recinto,
Em minha estância.

Aqui é meu refúgio,
Minha zona de conforto,
Meu esconderijo,
Meu seguro porto.

Fico alheia em meu abrigo,
Não importa o comodismo,
Careço estar comigo,
Desculpe o egoísmo.

Não perturbe meu espaço,
Domínio que me leva a viajar,
Em ruína e palácio,
E neles posso reinar.

(Adriana Gonzaga) 

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Mulher



Mulher



Mulher tu és!
A doçura que eleva,
A alma desencantada.
A genitora da vida,
Pela poesia és venerada.

Tu es!
A jóia rara em essência,
Não precisa ser lapidada.
A esfinge misteriosa,
Que nunca será desvendada.

Tu  es!
Cabeça que pensa,
Toda articulada,
Olho que fala, e boca que diz
Palavra, sem ser pronunciada.

Tu!
Não carece de carga,
Muito menos ser julgada,
Não es apenas uma bunda, que caga,
Nem tão pouco, partes recortada.
  
(Adryana Gonzaga)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Loucura


Loucura

Fujo do banal,
Para não ser ordinário,
Um ser igual,
De ato corriqueiro.
Me esquivo do vulgar,
Do barato, do trivial,
No desejo de díspar.
Rejeito o comum, o prosaico usual,
Prefiro a loucura ao normal.
E Nesta mania de disparidade,
Não percebo a alienação,
Recheada de psicose e insanidade,
Chegando ao delírio da alucinação,
Com psicopatia neurótica,
Atinjo a esquizofrenia, entro em piração!
Lunático! Não alcanço o arremate,
Em que todos são distintos e parecidos.
E na busca de ser, o gênio brilhante,
O esdrúxulo atrevido,
O extravagante sábio,
O exemplo seguido,
O esquisito Incrível,
O estranho inusitado,
O exclusivo imprevisível,
O exceto imprescindível,
O Executivo necessário,
O excelso insuperável,
O extraordinário único,
O especial avançado,
O excêntrico notável,
O excelente louco,
O Exaltado valente,
O excepcional, típico
Exótico “diferente.”
Fico estático,
Idealizo o êxito,
Ignoro a paranóia,
Naufrago no êxtase,
E lúcido em ser inteligente,
Não Passo de um tolo demente.

(Adriana Gonzaga)


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