Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Temor

Temor

Está escuro lá fora
A tempestade assombra
O silêncio apavora
A madrugada aniquila
 O medo devora.
A insônia amofina
A solidão mora
A vida tortura
A maldade vigora
A verdade recua
A angustia explora.
A hipocrisia impera
O sal regra
O doce modera
O desencanto assusta
A morte implora 
A extinção aproxima
É chegada a hora
O não acalma
 O sim amargura  
                                                               O tempo não passa,
                                                         Quando se anseia ir embora.

                                                                   Adryana Gonzaga



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Peleja




Peleja

Começa a ventania...
Tempestade se pronuncia,
Cachorros latem...
Confundem meus sentidos,
Folhas secas caem no chão,
Sozinho, me sinto,
Sem querer, ouço um grito
A vida pede socooorroooo!
Vejo o olho de um rato,
Que luta para viver.
Rato sim! Porque não?
Olho no olho rola sentimento,
Uma vida que luta por si, a cada segundo,
Nos mais míseros insetos,
Rastejantes, indesejáveis, mas vivos!
E com o mesmo direito de ser.
Me desespero , enlouqueço
Não sei o que estou dizendo,
Nem o que devo dizer,
Não sei o que vejo o que ouço,
Muito menos o que devo fazer,
Sigo o instinto,
Lutar pela vida,
 Força involuntária dos mortais,
Como todos, lutando persisto,
Entre pedras e vento no Caminho,
Caminho reverenciando a paz.

Adryana Gonzaga



domingo, 21 de setembro de 2014

Birra

                                    

                                     Birra

 Não me observe não me olhe!
 Não me analise não me julgue!
Pois, não estou te vendo,
Estou atoa, estou de boa.
Estou vivendo!

Não me dê sermão,
Não me faça correção!
Não me ensine a ser!
 De moralismo falso, estou cansado,
Quero apenas viver!

Não se intrometa em minha caminhada!
Não me indique o caminho,
Não quero trilha marcada.
Quero correr perigo,
Criar minha própria estrada.

Não me diz se estou rebelado,
Certo ou errado,
Se, devo fazer isso, ou aquilo,
Não quero receita, não quero resposta!
Já tirei a fantasia de criança,
Sei que não existe certeza, muito menos confiança!

Adryana Gonzaga

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Consciência


Consciência


Tens consciência de tuas asas evidentes,
Que podes voar livremente,
A imensidão conquistar tranquilamente,
Mas, raquíticas as sentem.

 Onde está o norte?

Tens consciência da liberdade!
Mas tens medo, não de se perder,
Pois jaz, para onde ir não sabes,
Aprendestes não dar ouvido à Vontade.

Tens consciência que ES livre!
Mas, que precisas de muleta para se mover,
 Não consegue percorrer!
Grilhões atrofiam seu querer,
Levando-te apenas a sobreviver.

E, a consciência plena, da tua ampla capacidade,
 Assombra-te! Amedronta-te! Intimida-te!

 A VIVER.


Adryana Gonzaga 


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

reencontro




Lembrança.
Do que foi, do que vivi,
De relembrar não me cansa,
Tudo que sentir.

Nostalgias.
De quando os sabores eram mais gostosos,
Nos contos existia mais magia,
Os aromas mais marcantes e odorosos,
E as canções de plena e eterna harmonia.

Saudade.
De quando menina, onde o encanto
Do primeiro olhar induz a felicidade,
Como se fosse outro mundo,
Onde o belo cintila em tudo,
E as historias verdadeiras,
De indubitável credibilidade.

Recordação.
Vaga, distante, parece até ilusão,
Sono profundo a maturidade despertou,
Sem pedir licença,
A realidade se descortinou,
Mostrando sua verdadeira face,
Cruel e sádica da descrença.

Desejo voltar!
Onde me pedir?Preciso me reencontrar!
Tenho que retroceder, despir de toda altivez!
Olhar o mundo com a jovialidade da primeira vez.
Tornar a ser criança, para ser feliz!

(Adryana Gonzaga)



segunda-feira, 26 de maio de 2014

Pronto




Hoje não tem jeito, Pronto!
Quero e vou ficar em pranto,
Botar pra fora todo desgosto e espanto,
Todo tormento e desalento.
A alma dói tanto!
O coração sangra a cada batimento,
Gota de Sentimento      rola pelo rosto...
Esvaneço... Mas me sustento!
   Falto, amarroto,  
 Sofro o luto,
Do indiferente absoluto.
A metamorfose do tudo,
 Em nada e o nada em tudo.
 RESSUSCITO.


Adryana Gonzaga  
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