Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Peleja




Peleja

Começa a ventania...
Tempestade se pronuncia,
Cachorros latem...
Confundem meus sentidos,
Folhas secas caem no chão,
Sozinho, me sinto,
Sem querer, ouço um grito
A vida pede socooorroooo!
Vejo o olho de um rato,
Que luta para viver.
Rato sim! Porque não?
Olho no olho rola sentimento,
Uma vida que luta por si, a cada segundo,
Nos mais míseros insetos,
Rastejantes, indesejáveis, mas vivos!
E com o mesmo direito de ser.
Me desespero , enlouqueço
Não sei o que estou dizendo,
Nem o que devo dizer,
Não sei o que vejo o que ouço,
Muito menos o que devo fazer,
Sigo o instinto,
Lutar pela vida,
 Força involuntária dos mortais,
Como todos, lutando persisto,
Entre pedras e vento no Caminho,
Caminho reverenciando a paz.

Adryana Gonzaga



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...