Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

sexta-feira, 20 de março de 2015

Humanidade

Humanidade

ES tão de si senhora,
Quanto esconde seu lado insegura.
Sabes onde pisa,
Tão quanto dissimula sua falta de chão.
Sabes para onde ir,
Tão quanto mascara seu vaguear sem destino.
Tens um sorriso lindo,
Tão quanto um choro camuflado.

ES Sagaz,
Tão quanto de uma ingenuidade tola.
Tens uma alegria que contagia,
Tão quanto uma esperteza no disfarce da tristeza.
Tens forças que guerreiam dentro de si,
Tão quanto uma fragilidade oculta.
ES sobrevivente de uma tragédia,
Sabes realmente o que é sentir.

ES os quatro elementos,
Em um turbilhão de sentimentos.
Tens uma inquietude dos grandes pensadores,
Tão quanto à serenidade dos passarinhos.
Buscas refúgio em superfície estranha,
Tão quanto em sua entranha.  

ES expressiva,
Tão quanto não encontra as palavras certas.
Tens a sensibilidade dos grandes poetas,
Tão quanto a alma apática.
Sabes o que demonstra,
Tão quanto sem consciência se desnuda.

ES indecifrável,
Tão quanto inteligível.  
   

(Adryana Gonzaga)


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