Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Segredo





Só se vive o todo!
Quando se ouve o silêncio,
Para escutar o brado.
Quando se palpa o abstrato,
Para sentir o concreto.
Quando se viaja no dito,
Para contemplar o fato.

Só se vive o todo!
Quando se descreve o exceto,
Para escrever o preceito.
Quando se aprecia o subjetivo,
Para ser objetivo.
Quando se supera o preconceito
Para alcançar o conceito.

Só se vive o todo!
Quando se observar o branco,
Para admirar o preto.
Quando se desfaz de arrogado,
Para atingir o brando.
Quando se aprecia o modesto,
Para discernir o ostento.
Quando se enxerga o tácito,
Para ver o explicito.

Quando se aceita que tudo!
Não é pronto e acabado,
Nem absoluto definido.
Percebe o belo no imperfeito,
Sai do grau de vivo morto,
Escreve o próprio enredo,
Alcança a essência da vida,
Desvenda o grande segredo.

(Adryana Gonzaga)

7 comentários:

  1. Que linda poesia,Adryana! E aproveito pra agradecer os votos, retribuindo todos ,desejando tuuuudo de bom,SEMPRE,tá? beijos,chica

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde Adryana!!!
    Vim agradecer por seguir meu blog e parabenizá-la por tão belas poesias...
    Seja sempre bem vinda ao meu cantinho virtual.
    Bjokas...da Bia!!!

    ResponderExcluir
  3. Hoje faço questão de lhe oferecer uma flor, aceita?
    :)

    ResponderExcluir
  4. Olá ADRYANA,

    sou seu mais novo seguidor e viva a Bahia, Senhor!

    Carioca - e você deve saber disso - gosta tanto de baiano que já aprendeu a conjugar o verbo "fazer devagarzinho"! kkk

    Conheço Savador, é uma cidade mágica!

    Quanto a sua postagens ,as consecutivas e aparentes contradições deste seu verso realmente me encantaram!

    Gosto destas bricadeiras, destes jogo inteligente com as palavras, seja em verso ou em prosa.

    Com relação a ouvir o silêncio ADRYANA,existe uma frase do inesquecível dramaturgo Osacar Wilde que é definitiva e quando diz:

    "SE VOCÊ NÃO CONSEGUE ENTENDER MEU SILÊNCIO DE NADA ADIANTARÁ AS PALAVRAS, POIS É NO SILÊNCIO DAS MINHAS PALAVRAS QUE ESTÃO TODOS OS MEUS MAIORES SENTIMENTOS".

    Gostaria deste seu tempero baiano lá pelos meus blogues que, eu juro de pés juntos, serem de humor e para isso me esforço mais do que alpinista escalando o Himalaia.

    Bem, convite feito, estarei sempre por aqui, e não é uma promessa e sim, uma ameaça.kkk

    Um abração carioca.

    ResponderExcluir
  5. ADRYANA,

    logico que você leu isso no meu comentário, mas vou repetir com prazer:

    "Carioca - e você deve saber disso - gosta tanto de baiano que já aprendeu a conjugar o verbo "fazer devagarzinho"! kkk

    Então, estou desde aquela hora , pedindo a Painho pra ele me ajudar, e finalmente, agora nós conseguimos.

    Desculpe , mas Painho é muito preguiçoso...kkkkkkkkkk

    ADRYANA, obrigado por tudo e não saio mais daqui!"

    Abração carioca.

    ResponderExcluir
  6. Só consegue seguir em frente aquele que sabe que o fim não existe.
    Um grande abraço...

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...