Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Poesia


Poesia tu és!
A brandura na revolta, a ternura na aflição,
O oásis no deserto, a liberdade na repressão.
A certeza na dúvida, a visão na cegueira,
O brio no medíocre, a riqueza na miséria.
A vitória na batalha, a fuga no louco,
A voz no silêncio, a astúcia no tolo.

Tu és!
A luz no abismo, o acalanto na insônia,
A feição no invisível, o alívio na angustia.
O possível no impossível, a inclusão na exceção,
A felicidade no desagrado, a vivacidade na depressão.
Alegria na tristeza, o esmero no imperfeito,
A magia no desencanto, a coragem no medo.

Tu és!
O porto no desamparo, o afeto no desprezo,
A ressurreição na morte, a espera no desespero.
O amor no ódio, a loucura no marasmo,
A beleza na feiura, o doce no amargo.
A solidariedade no flagelo, a meiguice no cruel,
A ordem no caos, o júbilo na conversa ao léu.

Tu és!
O anseio na reflexão, a exuberância na ingenuidade,
A sensibilidade no apático, a ostentação na simplicidade.
A aceitação do outro, a sabedoria na vã filosofia.
A paz na guerra, o alento na carência,
O alívio na dor, o entusiasmo na resistência.

Tu és!
O beneficio da diferença,
O refrigério da alma, a bonança do coração,
A esperança da raça humana,
O mistério da vida, a genitora da criação.

És!
A graça expandida da experiência,
A arte de viver, que se promove magnífica na arte da sobrevivência.

(Adryana  Gonzaga)

6 comentários:

  1. Olá bom dia!
    Entrei para conhecer e fiquei encantada com tantas coisas bonitas aqui no seu cantinho.
    Parabéns beijos.

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  2. Adryana, manda um poema seu e anexada uma imagem para ilustrá-lo.
    Gostaria que participasse do nosso espaço - http://semolharescriticos.blogspot.com
    Lá a gente está postando poemas dos amigos e seus links.
    Dá uma olhadinha e vê se gosta e envia um trabalho seu.
    Meu email - maluccat@hotmail.com
    Beijinhos...

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  3. Olá Adryana obrigada pela visita,e pelas lindas palavras.
    Volte sempre beijos.

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  4. Construiu um lindo poema. Envolveu inúmeros sentimentos, todos plenamente cabíveis dentro da poesia. Bjs.

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  5. Prazer imenso ler teus poemas...!
    Um abraço

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  6. Olá Adriana, e que tudo permaneça bem contigo!

    Perfeita estas incontáveis definições tuas do que seja poesia. Com esta tua sensibilidade e belas palavras deveras bem elaboradas, brinda aos amigos que por cá passam com este belíssimo e expressivo poema, parabéns!

    Obrigado pela amizade e gentis visitas, e aproveitando estar por cá, deixo meu desejo que você tenha em teu viver sempre esta felicidade intensas, um enorme abraço, e que tenha bons e saudáveis festejos neste encerramento de ano. E, até mais!

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