Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Certeza


Certeza

Tenho certeza que falar “muito”,
Não é o mesmo que falar “demais”.
Tenho certeza que “silêncio”,
Não é o mesmo que “calar”.
Tenho certeza que “simples”,
Não é o mesmo que “comum”.
Tenho certeza que “ver”,
Não é o mesmo que “enxergar”.
Tenho certeza que “inteligência”,
Não é o mesmo que “sabedoria”.
Tenho certeza que “antigo”,
Não é o mesmo que “velho”.
Tenho certeza que "ouvir",
Não é o mesmo que "escutar".
Tenho certeza que “riqueza”,
Não é o mesmo que ser “rico”.
Tenho certeza que “pobreza”,
Não é o mesmo que ser “pobre”.
Tenho certeza que "louco".
Não é o mesmo que "bobo".
Tenho certeza que ser "criança",
Não é o mesmo que ser "infantil".
Tenho certeza que uma “pessoa grande”,
Não é o mesmo que uma “grande pessoa”.
Tenho certeza que “lixo”, pode se tornar “luxo”.
Tenho certeza que gosto de “música”,
Mas odeio quem faz meu ouvido de “pinico”.
Tenho certeza que adoro a cor amarela,
E que colorida é a vida como uma aquarela,
Em nuances e lances, alegres e sombrios.

Ah! ...já ia esquecendo!
Tenho certeza, que não tenho certeza!

(Adriana Gonzaga)


      Click e ouça o poema declamado!  

4 comentários:

  1. Eu costumo dizer que não tenho certeza de nada...rss. Um espaço novo na Blogosfera é muito bom! Sucesso pra ti! Beijos!

    ResponderExcluir
  2. A certeza é o sentimento que menos nos aparece, talvez por conta de outro sentimento chamado insegurança.
    Achei lindo este teu poema... Abraços

    ResponderExcluir
  3. Exzcelente poema, con calidad y estilo. Brillante final. Un abrazo

    ResponderExcluir
  4. Quanta certeza e humildade. Gostei! Muito!!!

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...