Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Rebento





Rebento


                                                  Sinto-me presenteada por divindade,
Ao contemplá-los a dormir.
A alma fica numa ansiedade,
Ao saber que um dia vão desejar partir.

Sinto-me benigna ao apreciá-los,
Fascinada ao saber que vieram de mim,
Feliz ao observar seus lábios,
Rosados chegando ao carmim.

Sinto-me fulgente,
Ao admirá-los a sorrir,
Vejo nos seus olhos inocentes,
Encanto de querubins.

Sinto-me com o poder da criação,
O meu melhor a florir,
Alcanço a sublimação,
O amor me eleva a ressurgir.

Sinto-me em dores de parto a cada instante,
Uma aflição sublime que me leva a sentir,
O coração sangrando permanente,
E bem-aventurada assim.

Sinto-me a alma em efervescência,
Inquieta, não consigo reprimir,
Brado! Sejam livres de toda maledicência,
Felizes com a proteção do Deus sem fim!

Sinto-me carente da palavra certa...
Não consigo me exprimir,
Nesta hora tão deserta,
Situação da qual desejo fugir.

Sinto o rebentar do cordão, a temida liberdade...
Tenho que aceitar não posso resistir.
_Vão Pela vereda da dignidade!
Conquistem além daqui!
Que domando a saudade,
Ficarei a aplaudir.
  
(Adriana Gonzaga) 

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