Quero falar o que quero, como quero, sem preocupação em verbo concordar, quero pintar o quero, como quero sem medo em tinta combinar. Quero escrever o que quero, como quero, sem importar com vírgula fora do lugar. Quero fugi de formas e de fôrmas, e sem amarras me expressar, me livrar de certas frescuras, desse moralismo excessivo no ato simples de se comunicar. Quero só que entenda minha razão, onde quero chegar, não quero nada impossível, a não ser livre me interlocutar.Quero alcançar outro mundo e não somente sonhar,me despir desta pobreza mesquinha, a venerada inteligência vulgar.E não me diga se isso ou aquilo deve se falar! Não me diga quando esse ou este deve se usar! Não me diga onde o ponto deve ficar! Não me diga se a rima é pobre se é rica, isso não me faz interessar! Quero ultrapassar os limites da hipocrisia, da ditadura, do controle, mesmo remoto, que querem me domar. Não estou nem aí para a vestidura, quero apenas, ir além da aparência, nada a mais, do que meu pensamento registrar, em atos espontâneos, simples, escrever, pintar, falar. E não me ignores, nem me apontes! Se achares, que não sou culto ao me expressar. Quero e vou viver a liberdade plena!Não é utopia, não estou louca a delirar. Tenho fiança, amparo, proteção, onde me abrigar. Tenho defesa e sustento, pois, a poética me tira as algemas, me faz livre, me dar asas pra voar, por cima da tirania, que contrariada se submete ao irregular.

(Adriana Gonzaga)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

reencontro




Lembrança.
Do que foi, do que vivi,
De relembrar não me cansa,
Tudo que sentir.

Nostalgias.
De quando os sabores eram mais gostosos,
Nos contos existia mais magia,
Os aromas mais marcantes e odorosos,
E as canções de plena e eterna harmonia.

Saudade.
De quando menina, onde o encanto
Do primeiro olhar induz a felicidade,
Como se fosse outro mundo,
Onde o belo cintila em tudo,
E as historias verdadeiras,
De indubitável credibilidade.

Recordação.
Vaga, distante, parece até ilusão,
Sono profundo a maturidade despertou,
Sem pedir licença,
A realidade se descortinou,
Mostrando sua verdadeira face,
Cruel e sádica da descrença.

Desejo voltar!
Onde me pedir?Preciso me reencontrar!
Tenho que retroceder, despir de toda altivez!
Olhar o mundo com a jovialidade da primeira vez.
Tornar a ser criança, para ser feliz!

(Adryana Gonzaga)



segunda-feira, 26 de maio de 2014

Pronto




Hoje não tem jeito, Pronto!
Quero e vou ficar em pranto,
Botar pra fora todo desgosto e espanto,
Todo tormento e desalento.
A alma dói tanto!
O coração sangra a cada batimento,
Gota de Sentimento      rola pelo rosto...
Esvaneço... Mas me sustento!
   Falto, amarroto,  
 Sofro o luto,
Do indiferente absoluto.
A metamorfose do tudo,
 Em nada e o nada em tudo.
 RESSUSCITO.


Adryana Gonzaga  

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Presente

Presente

Tua presença me faz protegida,
Como menina tendo colo ao te ver.

Tua presença me faz preferida,
Me - acalanta ouvir teu coração bater.

Tua presença me faz prevenida,
No amanhã eu posso crer.

Tua presença me faz predileta,
Desejado e especial todo o meu ser.

Tua presença me faz premiada,
Divinamente enriquece meu viver.

Tua presença me faz prendada,
Segura e senhora do meu querer.

Tua presença me faz prestigiada,
Em minhas mãos sinto poder.

Tua presença me faz Privilegiada,
Genitora e feliz em ser mulher.



(Adriana Gonzaga)


domingo, 21 de julho de 2013

Desencanto



Desencanto

Ah desencanto!
Que me arranca os devaneios,
Abortando meus anseios.
Mostrando a incerteza,
Do encanto da natureza.
Levando-me a padecer.

Ah desencanto!
Que me arranca a ambição,
Expondo minha ilusão.
Extraindo minha ingenuidade,
Perante a cruel realidade.
Levando-me a perecer.

Ah desencanto!
Que me arranca a alegria,
Perpetrando-me fria.
Ao assistir o fim da caridade,
Sem animo nem curiosidade.
Levando-me a fenecer.

Ah desencanto!
Que me arranca a emoção,
Faz estéril meu coração.
Impedindo de ver a esperança,
Até mesmo nas crianças.
Levando-me a Falecer.

Ah desencanto!
Que me arranca a poesia,
Perante a bondade,
Revela minha mesquinharia,
Sem dó nem piedade.
Escancara minha covardia,
Encharcada pelo egoísmo
Da Mediocridade.
Levando-me a morrer.


(Adriana Gonzaga)

Inspirado na Obra “OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER”, DE GOETHE. 



domingo, 28 de abril de 2013

Sou


Sou



Não quero apenas estudar,
Quero também ser estudada.
Não quero apenas enxergar,
Quero também ser enxergada.
Não quero apenas ouvir,
Quero também ser ouvida.
Não quero apenas ser criada,
Quero o direito de  criar.
Não quero apenas ser pensada,
Quero o direito de pensar.
Não quero apenas, citar fulano,
Beltrano ou sicrano,
Tenho algo próprio a falar.
Mesmo sabendo que tudo,
Já foi dito.
Vou mostrar que existo
E ninguém vai me calar.
  
(Adryana Gonzaga)

quarta-feira, 13 de março de 2013

Ego



Ego



De que vale a tecnologia,
Navegar na internet?
Se a ilha da miséria,
Inavegável isolada permanece.

De que vale tanta informação?
Se não faz a diferença,
Nem percebe seu irmão,
Invisível  de presença.

De que vale a atualidade?
Se és retrógrado,
Cultiva a impunidade,
Do cativeiro ignorado.

De que vale a democracia?
Se és ditador
Não ensina a cidadania,
E sim dita à inércia do pensador.

De que vale o cientifico?
Se não és autêntico.
Não importa o talento,
Se és egocêntrico.

De que vale o conteúdo?
Se não se sabe ser.
Para que serve certificado,
Se não se sabe fazer.

De que vale o conhecimento?
Se és cego e covarde,
Diante aos acontecimentos,
Pervertestes da desigualdade.

Mais vale um analfabeto funcional,
Que faz acontecer.
Do que um letrado que não funciona,
Passivo assiste, a injustiça prevalecer.

(Adriana Gonzaga)
  

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Refúgio



Refúgio


Quem bate à porta?
Por favor! Não me aporrinha,
Fingindo que se importa,
Com minha vidinha.

Estou em meu mundinho,
É pequeno, mas é meu,
Aqui é  meu ninho,
Aqui sou eu.

Protegida me sinto,
Estou em segurança,
Em meu recinto,
Em minha estância.

Aqui é meu refúgio,
Minha zona de conforto,
Meu esconderijo,
Meu seguro porto.

Fico alheia em meu abrigo,
Não importa o comodismo,
Careço estar comigo,
Desculpe o egoísmo.

Não perturbe meu espaço,
Domínio que me leva a viajar,
Em ruína e palácio,
E neles posso reinar.

(Adriana Gonzaga) 

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